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Música

Phenakistomixer: Uma Picape que Cria Animações Bem Lokas

Uma conversa com a Vesna Krebs, a VJ Miss Take, sobre o Phenakistomixer, sua invenção de performance visual ao vivo.

Imagens cortesia do artista, GIFs do autor

Substituir discos por ilustrações em camadas, faixas de músicas por ondas sônicas de luz, as picapes atípicas do Phenakistomixer 3.0 rodopiado em ação. Amplificado em uma tela de projeção levantada, animações monocromáticas florescendo em círculos espirais, uma atrás da outra, enquanto o som responde sem problema a cada disco trocado. Atrás da mesa, controlando tudo, está de pé a artista visual Vesna Krebs, assumindo seu alter ego video jockey, Miss Take, enquanto ela mistura ao vivo seus desenhos feitos à mão e designs audiovisuais.

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O Phenakistomixer, agora em sua terceira iteração, é uma ferramenta de performance visual ao vivo que começou como uma tentativa de Krebs experimentar uma forma mais tangível de arte visual. Depois de focar muitos anos em trabalho primariamente digital – efeitos de vídeo, luzes curvas, interfaces digitais como Kinect, e mais – ela deu um passo para trás, “eu senti urgência de criar algo com as minhas próprias mãos de novo”, ela diz ao Creators Project, “para realmente entender todo o processo.”

PHENAKISTOMIXER 3.0 de Miss Take no Vimeo.

Logo depois, o destino interviu na forma de técnicas antigas, atendimento robótico e um jogo de palavras remunerado. “Através de uma exploração dos primeiros dispositivos de animação, eu me deparei com o Phenakistoscope”, diz Krebs. Esse dispositivo do século XIX, que operam similarmente a um zoetrope, cria a ilusão de animação através de um disco giratório com fendas equidistantes. Ao mesmo tempo da sua descoberta, ela explica, “eu notei uma chamada de artistas para o festival Roboexotica (um vestival para coquetéis robóticos faça você mesmo) em Viena. Assim como coquetéis, picapes e vídeo, tudo se resumo em volta da ideia de “misturar” que nasceu para criar o projeto inspirado em Phenakistoscope para misturar coquetéis com picapes.”

Durante a “noite de clube” do Roboexotica, auxiliada pelo programador Borut Kumperscak, o artista lançou a primeira versão de seu projeto: duas picapes, uma batedeira retrô de vídeo e uma coleção de designs cuidadosamente detalhada. O trabalho, ostentando um layout de 360° graças ao software customizado de Kumperscak, foi o resultado de um longo processo de tentativa e erro. Mas, como um “coquetel” bem balanceado, misturou apenas a quantidade certa de cada ingrediente.

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Depois de combater os cálculos tediosos para encontrar exatamente os parâmetros para cada animação – cada um acabou sendo de 32 frames em cada vinil – Krebs configurou as picapes para 45rpm e estacionou os cursores para meticulosamente arrumar os frames em vista. Então, arrumando a câmera para 25fpd, com uma velocidade de abertura de 1/500th por segundo, Phenakistomixer 1.0 chegou à vida, intoxicando quem estava no festival com uma exibição cinética de “coquetéis visuais”.

Rodando com o sucesso de seu primeiro Phenakistomixer vivo, a artista continuou desenvolvendo o trabalho em uma segunda versão, que estreou no Strictly Analog Festival. A edição atualizada de Krebs, uma “atualização técnica e grande visual” do Phenakistomixer 1.0, solidificou a função de seu dispositivo como uma ferramenta de performance não convencional. “Além de uma nova linguagem visual”, ela explica, “os designs foram atualizados com o uso de camadas visuais nos vinis – desenhados à mão animações frame por frame no filme. Com essa versão eu também comecei a experimentar com sincronização câmera-picape e outras técnicas para alcançar uma dramaturgia visual mais ampla”. Phenakistomixer 2.0 fundiu esses elementos em películas transparentes, em camadas, transbordando com padrões ornados em preto e branco e circuitos vibrantes de GIFs ao vivo.

Agora em sua última versão, o design de Phenakistomixer ficou sonorizado. Um componente acrescentado às picapes de Krebs traduz luz em uma paisagem sonora sintética e reativa. Trabalhando em outro dispositivo antigo, o Variphone (um sintetizador visual dos anos 30) “um sensor ótico escaneia linearmente pratos monocromáticos e transforma intensidade de luzes refletidas em ondas sonoras”, explica Krebs. “Atualmente isso é feito capturando frames de vídeo e rodando no software customizado.”

Com a conclusão dessa fase terciária, Krebs espera ansiosamente por futuras iterações dos seus experimentos com sua picape. “Eu planejo lançar alguns designs como vinis de fato”, ela diz, “e estou no processo de experimentar com um aplicativo baseado em IOS para conseguir usar dispositivos IOS para tocar vinis (ao invés de câmeras normais)”. Ao mesmo tempo, Krebs está embarcando em outras empresas audiovisuais, incluindo a manipulação de som de entrada de texturas macro orgânicas e colaborativas, performances interativas de quatro horas sobre “comida e existência” para o Quadrenial de Praga em 2015. Seja criando como Vesna Krebs ou V Jaying como Miss Take, a artista mantém nossa inspiração rodando com cada projeto multimídia que ela se compromete.