Se David Lynch Fosse Uma Casa, Ele Seria Assim

Federico Babina ilustrou casas inspirado pelos estilos de assinaturas de 27 diretores de filmes.

26.6.15

Imagens cedidas pelo artista

Se você pudesse escolher um diretor de cinema para construir sua casa, quem você escolheria? Talvez o novo trabalho do ilustrador italiano Federico Babina possa ajudar em sua decisão. Archidirector é uma série de ilustrações de casas inspiradas em 27 diretores - do art déco de Stanley Kubrick ao modernismo anos 50 de Elia Kazan, passando pelo estilo tradicionalmente novaiorquino de Jim Jarmisch.

Babina nos conta que “as casas querem e tentam ser um reflexo da personalidade estética dos diretores. Para tentar alcançar este objetivo, posso simplesmente utilizar elementos reais ou tentar capturar uma essência linguística e transformá-la numa forma arquitetônica. Pode ser qualquer coisa: uma luz, uma neblina, uma paleta de cores, um material, qualquer coisa que fale a língua daquele diretor. Na casa de Lynch, tentei capturar seu estilo único e usar a luz para criar uma atmosfera misteriosa e surrealista…As cortinas se abrem, o filme começa…”.

Esta não é a primeira vez que vemos Babina trabalhando com interpretações da cultura pop na arte ou arquitetura. Ele jácombinou pintores icônicos com super-arquitetos, imaginou músicos como edifícios e transformou edifícios famosos em pôsteres de filmes. Sua habilidade em destilar a essência artística de diferentes artistas em novas mídias é fascinante.

Babina fala sobre algumas de suas novas ilustrações abaixo.

“Esta é uma casa nua, sem paredes, há apenas alguns elementos como janelas, portas e partes de paredes flutuando no ar. Uma casa quase transparente onde praticamente tudo pode ser visto, mas que mantém alguns elementos para esconder segredos, grandes e pequenos.”

“A fachada da casa de Tarkovsky écomo uma rocha antiga, invadida por plantas. Minha ideia era criar uma casa dentro de outra casa, como as matrioshkas. É uma estrutura clássica e abandonada, como uma igreja antiga que esconde um coração pulsante. Uma estrutura entre sagrado e profano, clássica e moderna simultaneamente.”

“A casa de Wenders tem uma atmosfera sempre melancólica e acolhedora, repleta de uma suave dor existencial que nos envolve em sua beleza. Tentei criar uma estrutura em equilíbrio entre um frio doloroso e um silêncio sutil. A casa é uma mistura de estrutura industrial e uma construção que esconde uma vida secreta. Uma ‘casa de estrada’ onde a trilha sonora da vida éo zumbido de uma placa de neon.”