Christophe: Tenho 40 anos. Sou belga, mas moro no Reino Unido. Nos últimos 20 anos desenhei mais de sete mil logos, sobretudo para bandas de black e death-metal. De todo o mundo: Emperor, Moonspell, Nachtmystium ou Enthroned. Mas quê, sentas-te na torre de um castelo a desenhar cenas sinistras, à luz da vela, a noite inteira?
Não. Para lá da minha actividade como designer de logos, sou engenheiro florestal e tenho um emprego normal num apoio ao cliente. Preciso de um emprego estável para poder manter a minha actividade artística. Espetas-me um punhal nas costas se eu disser que acho que te inspiras bastante na Art Déco e na Art Nouveau?
Não, adoro Art Déco e Art Nouveau. E os artistas da Secessão de Viena. Criei e desenvolvi uma escola caligráfica chamada Depressiv'Moderne, é uma espécie de mistura entre Art Déco, ambientes sinistros e a crise económica actual. Disseste que és engenheiro florestal, não foi? Não achas meio paradoxal trabalhar para a protecção do ambiente e, ao mesmo tempo, apoiar bandas que curtiam devastar a Terra ao ponto de a tornar uma pilha mal cheirosa de enxofre e ossos?
Não diria isso. É tipo o yin e o yang. Há bandas que fazem música extrema, mas depois cantam sobre a pureza do ambiente. É uma síntese perfeita entre as minhas duas paixões, o metal e a natureza (sobretudo montanhas). Sim, há muitos outros grupos que falam sobre a destruição da humanidade, mas acho que isso também é necessário. As nossas ruas bem que precisavam de uma limpeza.