EXCLUSIVO! A perfeição imperfeita de Mathilda

A música de Mathilda é, numa palavra, bonita. A perfeição de Mathilda é, numa palavra, imperfeita. Mathilda alimenta-se da fragilidade da adolescência para criar grandiosidade e não o digo de ânimo leve. É mesmo de grandiosidade que se trata quando ouvimos "Small Fish Lilac Skies". Ou, pelo menos, daquela espécie de grandiosidade que facilmente nos pode passar despercebida se cedermos à voragem dos dias. E é tão fácil ceder. Anda tudo demasiado depressa. Passa tudo demasiado depressa. Na adolescência, lembro-me que se respirava melhor e os dias pareciam mais longos. Cliché, bem sei. Realidade ainda assim. É verdade que não havia Internet, mas isso não justifica tudo. Um gajo sentava-se à janela a ouvir um disco e a eternidade parecia palpável.

"Small Fish Lilac Skies" é uma canção feita dessa matéria. De eternidade, de reflexão, de despojo, de partilha de emoções. De céu azul (ou lilás) e música à janela. Da adolescência a olhar para a vida adulta com receio, mas sem medos. De guitarra eléctrica, silêncios e ecos. É uma canção bonita e isso devia bastar-nos. Mafalda gravou-a ao vivo à primeira no estúdio da Planalto Records. Diogo Alves Pinto a.k.a. Gobi Bear captou-a. Joana Jorge realizou o vídeo que podes ver acima. A canção está disponível para download gratuito no bandcamp da editora e no Outono deste ano será acompanhada por outras canções. Todas juntas serão um álbum. O primeiro de Mathilda. Tudo simples, bonito, imperfeito. Perfeição é isto.

Segue a VICE Portugal no Facebook, no Twitter e no Instagram.

Vê mais vídeos, documentários e reportagens em VICE VÍDEO.