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Tecnologia

Um Cara Criou ​Redes Neurais que Pintam como Grandes Mestres da Arte

A inteligência artificial é capaz de mimetizar os estilos de Picasso, de Van Gogh, de seu brother da Belas Artes e de quem mais você quiser.
Crédito: Leon Gatys

Algumas das pinturas que você vê acima foram pintadas pelos artistas mais fodões e renomados de nossa história. Outras, acredite se puder, foram criadas por inteligência artificial.

Cérebros robóticos estão longe de se comparar a mestres como Munch e Van Gogh em termos de criatividade, mas pelo visto as máquinas mandam bem em imitar e remixar o que veem. Em um estudo publicado no finalzinho da semana passada por pesquisadores da Universidade de Tubingen, na Alemanha, uma rede neural de inteligência artificial é descrita como capaz de "pegar o estilo de uma imagem e copiá-lo para outra".

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Como é de se esperar, os cálculos envolvidos são complexos, mas o princípio é bastante simples. A rede neural realiza duas tarefas: uma camada analisa o conteúdo e a outra cuida de sua textura ou estilo. As funções também podem ser divididas para lidarem com duas imagens.

"Podemos manipular ambas as representações independentemente para produzir novas imagens bastante significativas do ponto-de-vista da percepção", escreveu Leon Gatys, autor principal do estudo, em pesquisa publicada antes da análise por seus pares no arXiv.

"Ao passo em que o arranjo global da imagem original é preservado, as cores e estruturas locais que compõem o cenário são fornecidos pela arte. Isso gera uma foto no mesmo estilo, de forma que a aparência da imagem sintetizada se assemelha à obra de arte com o mesmo conteúdo da foto."

O artigo foi publicado antes de qualquer análise por demais pesquisadores, porém a pesquisa segue como possível candidata à publicação no periódico Nature Communications. Enquanto aguarda pela análise, Gatys me disse que está proibido de falar com a imprensa sobre detalhes como a rede neural funciona.

No momento, o código da rede em questão não é aberto como o do projeto Deep Dream do Google. É meio chato, já que as pessoas queriam mesmo poder brincar com a rede de forma a tornar suas fotos do Snapchat em obras de arte algorítmicas. Alguns no Reddit tentaram seguir os passos da equipe de Gatys, mas sem muito sucesso.

Sem falar diretamente com Gatys e sua equipe, é difícil saber o que planejam para o futuro dessa coisa, mas o artigo dá algumas dicas. Gatys sugere que talvez seja possível usar o algoritmo para criar novas imagens a serem utilizadas para estudar como humanos interpretam e percebem imagens ao "criar novos estímulos que introduzam duas fontes independentes e significativamente perceptíveis de variação: a aparência e conteúdo de uma imagem".

Ele ainda escreveu que essas imagens poderiam ser utilizadas em estudos de percepção visual, de redes neurais e da natureza computacional da visão biológica. Ou, vai saber, talvez ele só a use para criar artes que serão vendidas por milhões. Vai saber.

Tradução: Thiago "Índio" Silva